quarta-feira, 12 de março de 2014

Um carinho de quem menos se espera

Fui trabalhar hoje, mesmo doente. Saí de casa sem fazer o desjejum pois estava com grande desconforto abdominal. Eu e minha equipe viajamos sempre um longo caminho de piçarra até chegarmos ao posto de saúde. 

Comecei o atendimento, e confesso que hoje eu não estava nada  disposta. Às vezes, sentia a "cabeça vazia", mãos frias e suadas, uma leve taquicardia, sintomas típicos de hipoglicemia, o que já era previsto. 

Não vi quantos pacientes atendi. Sei que sorri e disse 'bom dia' a todos, tentando esquecer um pouco de mim. Aquelas pessoas já tinham problemas demais... 

Terminei tudo por volta de uma e meia da tarde e ,como de praxe, esperei o motorista retornar para nos levar de volta para casa, naquele mesmo longo caminho da vinda. 

Contrariando todas as minhas expectativas, o carro - o único carro ali disponível - deu prego. 
Não tinha muito que pudesse ser feito. Então, disse à técnica de enfermagem, resignadamente: "O jeito é esperar..."

Fomos para a casa de uma das agentes de saúde, Nonata, esperar um outro carro que deveria chegar dali a uma hora. 

Casa simples, sem laje, avarandada, rodeada de plantas e animais domésticos. 

Sabendo da minha condição de saúde, Nonata logo preparou-me uma rede limpa, na varanda, onde o vento batia confortavelmente, água de coco (de um dos seus coqueiros) e palavras carinhosas. Não precisava de mais nada... 

Fazia tempo que não recebia um mimo. 
Ela cuidou muito bem de mim com o pouco que tinha. 
Acho que foi Deus quem a colocou no meu caminho. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário