Fui trabalhar hoje, mesmo doente. Saí de casa sem fazer o desjejum pois estava com grande desconforto abdominal. Eu e minha equipe viajamos sempre um longo caminho de piçarra até chegarmos ao posto de saúde.
Comecei o atendimento, e confesso que hoje eu não estava nada disposta. Às vezes, sentia a "cabeça vazia", mãos frias e suadas, uma leve taquicardia, sintomas típicos de hipoglicemia, o que já era previsto.
Não vi quantos pacientes atendi. Sei que sorri e disse 'bom dia' a todos, tentando esquecer um pouco de mim. Aquelas pessoas já tinham problemas demais...
Terminei tudo por volta de uma e meia da tarde e ,como de praxe, esperei o motorista retornar para nos levar de volta para casa, naquele mesmo longo caminho da vinda.
Contrariando todas as minhas expectativas, o carro - o único carro ali disponível - deu prego.
Não tinha muito que pudesse ser feito. Então, disse à técnica de enfermagem, resignadamente: "O jeito é esperar..."
Fomos para a casa de uma das agentes de saúde, Nonata, esperar um outro carro que deveria chegar dali a uma hora.
Casa simples, sem laje, avarandada, rodeada de plantas e animais domésticos.
Sabendo da minha condição de saúde, Nonata logo preparou-me uma rede limpa, na varanda, onde o vento batia confortavelmente, água de coco (de um dos seus coqueiros) e palavras carinhosas. Não precisava de mais nada...
Fazia tempo que não recebia um mimo.
Ela cuidou muito bem de mim com o pouco que tinha.
Acho que foi Deus quem a colocou no meu caminho.
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