segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Agora vamos falar de churrasco

Acho que por duas ou três vezes na vida eu tentei não comer carnes, mas fracassei, claro. Consegui por no máximo oito meses ...

Quem é carnívoro de coração, sabe, não dá para resistir a uma boa picanha engordurada. Amo!

[Tentando falar de coisa boa para inverter as emoções,]

Lembrei de picanha, bem suculenta, embebida na manteiga de garrafa. Ô! Se amo!

Só quero deixar claro nesse post que eu gosto muito de Picanha. É isso.

Picanha, eu te amo!

Assinado: Vanessa L

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Discurso da saudade (Ubinzal e Abaixadinho)

Segredo mesmo. Não sabia que aquilo aconteceria tão rápido. O hábito de estar ali todas as terças-feiras fez com que eu esquecesse do que me esperava. Eu chegava lá, depois de uma longa viagem, sentava, trabalhava - às vezes, com calma, às vezes, depressa. Mas a cada semana, ia encontrando um olhar novo, um sorriso, uma lágrima, um repentino aperto de mãos. E as repetidas faces que ali adentravam e me encaravam, com suas falas prontas e aparentemente ensaiadas, tornaram-se permanentemente familiares. E aquele processo inteiro de ir, viajar um caminho longo, sentar-me na cadeira, ligar o ventilador barulhento, e revisitar aqueles rostos continuamente com seus sofrimentos constantes, fazia com que eu voltasse para casa com a sensação de ter levado sempre um retalho costurado à minha alma. E, assim, ao longo de meses, foram vários retalhos que se costuraram à minha alma. A partir daí, eu já conhecia a mágoa e a alegria de mauitos. Por mais que não fosse vizinha, parente ou agregada, a sensação era a de ser... Uma vizinha que morava longe. Como eram poucos, por mais displicente que eu pudesse ser, a lembrança de suas fisionomias, suas vozes, suas histórias, suas gargalhadas entremeadas por dores, ficavam presas em meus pensamentos nas viagens de retorno. Foi quando o suposto fim [porque tudo finda] começou a tornar-se doloroso para mim. Doloroso porque me apeguei a eles de maneira que nunca imaginei, em pouco mais de um ano. Doloroso porque esse processo de afeiçoamento foi tão sutil, que não deixou que eu o percebesse a tempo de esquivar-me. Não é que alguém tivesse demonstrado tão explicitamente que simpatizava comigo, mas as suas constantes presenças, com sua simplicidade e sua afabilidade fizeram com que eu simpatizasse com eles.

Vanessa L

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Quem realmente somos

Vamos esvaziar um pouquinho a mente das coisas superficiais e tentar pensar em quem realmente somos?

Talvez, se não chegarmos a ponto nenhum, a resposta alguma, talvez nos saciemos com aquela sensação de completude, quando não nos contorcemos com a obrigação de ser alguém e, sendo, a de fazer algo imposto por outrem.

Por que ser?
Por que ter?
Por que fazer?

Não.
Não há necessidade de nada.
De nada - a não ser de si mesmo. E pronto. Simples.
Cada dia um conto. Cada dia um processo, que finda quando o sono chega e os olhos cerram.

Gosto de ser quem sou. Tenho sensibilidade para ser quem sou. Os outros é que não têm.

Por ser médica, as pessoas que me contemplam (meus expectadores) esperam de mim uma postura similar a dos médicos que essas mesmas pessoas já conhecem. Essas pessoas esperam que um médico, aliás, um bom médico, seja bem vestido, tenha um I phone de última geração, tenha um toyota corolla, tenha um bom discurso, tenha os cabelos bem cuidados, etecétera.

Fujo disso - eu acho.
Mas vamos lá.
Deixo que me critiquem porque eu tenho um carro básico. Deixo que me critiquem porque meu celular não é um Iphone. Deixo que me critiquem porque não me visto como uma pavoa, tampouco falo como uma lady. Talvez eu esteja mais pra Lady Gaga...Enfim...

Ciente disso.

Meu foco é aliviar o sofrimento alheio. E faço isso com todo o meu coração. Ponto.

Vanessa L

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Um pouco de você dentro de mim

Só pode ter sido Deus... E creio que tenha sido, sim! Ele queria tu na minha vida para me "ajeitar" de vez. Saber que tenho um pouquinho de ti dentro de mim faz eu nunca sentir solidão. O contrário disso. Carrego um pedacinho teu pra cima e pra baixo, talvez o pedacinho que amava o Futebol, porque ele tem chutado muito para todos os lados. Amo isso. Como amo! Aprendi como se faz. Agora sei que é bom mesmo, como falavam antes. Acendeu um "plim" na minha vida que fez eu me questionar por que eu não desejei isso antes... Quão boba sou eu...Agora que a festa vai animar de vez. A festa da nossa vida. Te amo para sempre, meu amor.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Passado no lixo.

Ontem joguei o passado fora pela primeira vez. Antes de rasgá-lo, página por página, reli algumas coisas. Vi o quanto era triste. Como pude ter sido tão triste, tão infeliz por tanto tempo? Quantas palavras sombrias eu picotei. Deu até um embrulho no estômago saber que eu era assim... E agora eu abri outra porta. Agora eu não sou triste e parece até que eu nunca fui. Agora eu me entreguei à amnésia. E não haverá mais diário para remediá-la. É melhor que assim seja.

Que o presente valha à pena em cada instante, com as pessoas que interessam.

sábado, 27 de setembro de 2014

Onde estão meus amigos?

Sempre me gabei muito por ter bons amigos. Não podia dizer que eram os melhores...Mas eu achava que conseguia selecioná-los bem. Até um tempinho atrás (e não muito tempo), eu estava sempre trocando idéias com alguém, de segunda a domingo. Eu achava que estava em constante processo de fazer novas amizades. E eu considerava também que o critério tempo era importante - quanto mais tempo, mais consolidada aquela amizade. E também me esforcei em cultivar algumas. Não todas, algumas, já que é praticamente impossível dar muita atenção a todos. Mas acho que me enganei um pouquinho. Fui um tanto ingênua. Na vida, fui perdendo amigos, algumas vezes eu compreendia o motivo, outras vezes, não. Engraçado como eu sempre estava com alguém, lanchando em algum lugar e rindo alto, falando besteiras. Mas hoje entendo perfeitamente que rir alto com alguém e doar uma parte do seu tempo não quer dizer que aquela pessoa se tornará sua amiga. Talvez meus pais tenham dito e eu tenha ignorado. Talvez eles tenham dito até um zilhão de vezes que os meus verdadeiros amigos eram eles. Mas até eles se ausentam em algum momento. Quero dizer, num momento em que eu precisasse de um carinho ou alguma atenção especial... Nem eles estariam lá. Seria eu comigo mesma, no mais alto grau de solidão. E é assim que estou há um mês. Um mês que parece uma década. Um mês em que entendi que não bastaram tantos lanches e risadas e tantas horas investidas com algumas pessoas para que elas se tornassem amigas. Sim. Apareceram alguns - a quem saberei sempre retribuir, que ao menos tiveram a decência de parecer importar-se. Mas, há sempre aquelas pessoas de quem esperamos ouvir um 'Oi. Tudo bem?', e essas pessoas simplesmente desaparecem, viram fantasmas. Não sentiram a minha falta. Não sentiram a minha ausência. E eu acho que, no final das contas é isso, somos nós conosco mesmos. Não há mais ninguém. Não há mais nada. Somos um coletivo de solitários. De igual maneira, sei que fui cruel com algumas pessoas durante a vida. E acho que o ser humano é bom nisso. O ser humano domina a arte da crueldade.