terça-feira, 15 de abril de 2014

Quando me apaixonei por ti

A primeira vez em que te vi foi num desses dias muito quentes e eu estava algo irritado desde as primeiras horas da manhã. Tu estavas de costas, com uma calça jeans e uma camiseta básica quando, sem querer, ao passar pelo mundaréu de gente daquele corredor, esbarrei em teu ombro e o suco que tu bebias respingou na gola da tua camiseta. Automaticamente, por ter aprendido bons modos e também porque me senti muito constrangido, pedi desculpas sem olhar nos teus olhos, quando calmamente respondeste: 

- Acontece com qualquer um. 

Foi então que encontrei o teu sorriso. Paralisei instantes. Era lindo, enorme, esnobe até, um sorriso perfeito, de propaganda da Colgate, com muitos dentes alinhados e brilhantes de tão brancos. E teus lábios... Teus lábios eram perfeitos, desenhados carinhosamente em teu rosto redondo. Teu rosto inteiro era esse sorriso que ia de uma orelha a outra. Meu coração embasbacou-se. Que coração não se embasbacaria? Em frações de segundos, consegui imaginar como deveria ser a catártica sensação de acordar e ver aquele sorriso todas as manhãs, me encarando. Eu sei. Eu sei. Sou fanático por teu sorriso. Acho que ele é a descrição perfeita de ti.

Toda a minha nervosidade esvaiu-se. Esbarrar em ti foi uma dádiva. O dia tornou-se leve. Fui com o coração cantante para casa. Era pensar em ti e eu esquecia até de mim. Aquele corredor tornou-se, a partir dali, uma espécie de santuário por onde eu caminhava desejando, sempre em silêncio, um novo encontro.

Vanessa L (15.04.2014)

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