domingo, 15 de junho de 2014

Invicta

Tudo será esclarecido a seu tempo
Perguntas serão respondidas
O copo será preenchido
O poço reativado
A solidão sobreposta
A incerteza falida
Verdade
Nua e crua
Invicta

Vanessa L

“Achismo”



Acho que sou artista
Acho que sou menina

Acho que sou mulher

Acho que sou etérea

Acho que acho que sei de tudo
Acho que me achei nas tuas retinas

Nos teus dedos e artifícios
Acho que escorreguei

Era um tobogã imenso e... susto!
...Caí n’água
Vi você
- Abri os olhos.
Não era!

Acho que era o vinho
Ou a cachaça rasa

Acho que era um sonho
Será que era sonho
Ou literatura de cordel?

Acho que quando te vi
Eu pensei:
- Deus do céu
Que cabra louco!
Acho que quando te vi
Até pensei: Deus do céu
Esse cabra... Esse cabra é louco
Usa uma alpercata
Usa pincéis e tintas
Usa os cabelos soltos
Meio emperrados, meio revoltos
Como alguns homens que eu vi.

“Que roupa ele usa, mamãe?
É alto, magro, cabelo amarelado?
É, é ele, um cabra louco que eu conheci”
Usa uma alpercata
Tu viu?
“Vi”
Acho que conheci, minha mãe,
O cabra mais lindo do mundo.

Vanessa L

Amor?

O amor não deveria ser uma conveniência. Não deveria ser uma necessidade. O amor não deveria ser o que constatei em ti da última vez em que nos vimos, quando, incansavelmente, tu me juravas a alma com o corpo de joelhos! E num clivo de desespero e abundante ignorância, ainda confinada em uma pequena chama de esperança, cri mais uma vez no milagre jamais consumado. Porque é isso que deveria ser o amor - um milagre.



...Como eu queria tê-lo emprestado meus olhos para que tu pudesses me ver com um pouquinho do amor que eu sentia por ti. Teus olhos eram tão vagos, como se, por eles, passasse um túnel de segredos e ideias solitárias. Teu olhar era um precipício para mim.

Vanessa L